terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Como um albinismo mental

O escuro do  quarto lembra os dois corpos, que agora se espalham entre a multidão,
não há nada mais,
além de roupas jogadas em volta da cama,
não mais tiradas de tesão,
mas sim deixadas pelo chão para lavar

Quando se pensa sobre todas as coisas,
parece confuso, o quarto, o escuro, as roupas, a vida;
então: não pensa!

E por isso aquelas peças derramadas não saem de lá

Falta alguma coisa que já não se sabe mais;
então: não pensa!

É sem querer, é triste!

Lamento que não se lamenta.
Escorre lágrimas, que não estão mais aqui

É sem querer, é de repente!

De palavras ditas um milhão de vezes,
por hora,
ficou - no quarto escuro- apenas a marca dos dois corpos
suados, fudidos, lambidos...

Junto a inexplicável saudade do Ser.

Um comentário:

Coffee and Tee disse...

"inexplicável saudade do Ser"