O escuro do quarto lembra os dois corpos, que agora se espalham entre a multidão,
não há nada mais,
além de roupas jogadas em volta da cama,
não mais tiradas de tesão,
mas sim deixadas pelo chão para lavar
Quando se pensa sobre todas as coisas,
parece confuso, o quarto, o escuro, as roupas, a vida;
então: não pensa!
E por isso aquelas peças derramadas não saem de lá
Falta alguma coisa que já não se sabe mais;
então: não pensa!
É sem querer, é triste!
Lamento que não se lamenta.
Escorre lágrimas, que não estão mais aqui
É sem querer, é de repente!
De palavras ditas um milhão de vezes,
por hora,
ficou - no quarto escuro- apenas a marca dos dois corpos
suados, fudidos, lambidos...
Junto a inexplicável saudade do Ser.
Um comentário:
"inexplicável saudade do Ser"
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